AgroInsight origem Animal - Volume 04

Análise do AGROINSIGHT 2025 V4 – Origem Animal – com Foco no Halal

O AGROINSIGHT Volume 4, dedicado aos produtos de origem animal, apresenta-se como uma ferramenta estratégica para exportadores brasileiros interessados em expandir sua presença no mercado internacional. Desenvolvido pela Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Ministério da Agricultura e Pecuária, com apoio da rede de adidos agrícolas presentes em 38 países, este documento analisa oportunidades de negócios para produtores, exportadores e associações setoriais que buscam crescimento sustentável e competitivo no cenário global, com particular relevância para os mercados Halal.

O Valor Estratégico do AGROINSIGHT para o Setor Exportador

O AGROINSIGHT nasce do compromisso do Ministério da Agricultura e Pecuária com o fortalecimento da presença do agronegócio brasileiro no mercado internacional. Sob a liderança do ministro Carlos Fávaro e do secretário Luis Rua, o relatório oferece análises estratégicas que vão além de simples compilações de dados, estabelecendo-se como uma verdadeira ponte entre o agronegócio brasileiro e os mercados globais.

A publicação reúne informações detalhadas sobre consumo, produção, comércio exterior e tendências de mercado para produtos de origem animal em diversas economias ao redor do mundo. Com foco especial em identificar oportunidades para exportadores brasileiros, o documento apresenta avaliações precisas de mercados potenciais, incluindo aqueles onde produtos Halal possuem demanda crescente e representam uma oportunidade de diferenciação.

Para exportadores focados em mercados Halal, o relatório oferece insights valiosos sobre preferências de consumo, requisitos regulatórios específicos e estratégias de acesso a mercados com grandes populações muçulmanas. Essa orientação estratégica permite que empresas brasileiras possam desenvolver abordagens customizadas para mercados com características culturais e religiosas específicas.

Panorama Global e Tendências para Produtos de Origem Animal

O cenário global para produtos de origem animal apresenta-se dinâmico e em constante transformação, influenciado por fatores como mudanças nas preferências dos consumidores, preocupações com sustentabilidade e bem-estar animal, além de requisitos religiosos como a certificação Halal. A análise apresentada no AGROINSIGHT 2025 revela tendências que moldarão o futuro desse setor.

Observa-se crescente demanda por proteínas animais em mercados emergentes, impulsionada pelo aumento da renda e urbanização acelerada. Países muçulmanos, em particular, mostram expansão consistente no consumo de carnes, lácteos e ovos, acompanhada por maior exigência quanto à qualidade e conformidade com preceitos religiosos.

Outra tendência significativa é a valorização de certificações e rastreabilidade como fatores de diferenciação e acesso a mercados premium. Para produtos Halal, a certificação representa não apenas um requisito religioso, mas cada vez mais um símbolo de qualidade, pureza e conformidade com normas rigorosas de produção e processamento.

A diversificação do portfólio de produtos também emerge como estratégia importante. Mercados tradicionalmente associados a produtos Halal, como os países do Oriente Médio, mostram interesse crescente em categorias antes pouco exploradas, como alimentos para animais de estimação, insumos genéticos e produtos apícolas especializados, abrindo novas fronteiras para exportadores brasileiros.

Mercados Prioritários para Produtos Halal: Análises e Oportunidades

Arábia Saudita: Diversificação Além dos Produtos Cárneos Tradicionais

A Arábia Saudita tem tradicionalmente sido um importante mercado para produtos cárneos Halal, mas o AGROINSIGHT 2025 revela oportunidades emergentes em segmentos até então pouco explorados pelos exportadores brasileiros. Um exemplo notável é o mercado de alimentos para animais de estimação, que movimenta aproximadamente 1,2 bilhão de dólares no país, com uma taxa de crescimento superior a 8,2% ao ano.

O relatório indica que o mercado de pet food corresponde a 64% do mercado de suprimentos para animais de estimação na Arábia Saudita, totalizando cerca de 730 milhões de dólares. Em 2023, o país importou 58 milhões de dólares em alimentos para cães e gatos, com o Brasil respondendo por 3% desse valor, uma participação que poderia ser consideravelmente ampliada.

O documento destaca uma mudança importante nas atitudes dos consumidores sauditas em relação aos animais de estimação. Nos últimos anos, houve um aumento notável na diversidade de animais, com mais pessoas adquirindo não apenas gatos, mas também cães, aves, peixes ornamentais e outras espécies. Essa transformação social abre novos horizontes para exportadores brasileiros que atuam nesse segmento.

Para empresas interessadas em explorar esse mercado, o relatório sugere a participação na Saudi Pet & Vet Expo, que ocorrerá em novembro de 2025 em Riade, como uma plataforma estratégica para estabelecer contatos e compreender melhor as tendências e preferências locais.

Argélia: Festividades Religiosas como Oportunidades Estratégicas

O AGROINSIGHT 2025 apresenta uma análise detalhada sobre como as festas islâmicas no calendário argelino geram sazonalidade no comércio de alimentos, especialmente produtos de origem animal. Datas como Ramadã, Eid al Fitr e Aid Al-Adha são identificadas como períodos críticos que demandam planejamento estratégico por parte de exportadores interessados no mercado argelino.

O relatório revela que a Argélia enfrenta desafios significativos em sua produção local de carne ovina, devido principalmente à seca prolongada na região do Magrebe, que afetou tanto a quantidade quanto a qualidade da forragem disponível. Esta situação, combinada com a forte demanda religiosa, elevou os preços do carneiro vivo a patamares proibitivos para muitas famílias argelinas, chegando a 445 dólares em 2024, equivalente a aproximadamente três salários mínimos no país.

Uma oportunidade específica destacada no documento é o anúncio feito pelo presidente argelino Abdelmadjid Tebboune sobre a importação de um milhão de ovinos, isentos de impostos, para garantir a celebração da festa Aid Al-Adha. Este projeto ambicioso, estimado em 260 milhões de dólares, visa atender cerca de 25% da demanda nacional por ovinos e representa uma janela estratégica para fornecedores internacionais, incluindo o Brasil.

O relatório menciona que, entre os potenciais fornecedores com normas sanitárias confiáveis para este projeto, estão países como Romênia, Espanha, Irlanda, Reino Unido, Argentina, Brasil e Austrália. Para o Brasil, apesar da desvantagem logística da distância, a competitividade em preços e a reconhecida qualidade de seus produtos representam fatores favoráveis nesta equação comercial.

Egito: Potencial Crescente no Mercado de Carnes Ovinas e Caprinas

O mercado egípcio para carnes de ovinos e caprinos apresenta oportunidades significativas para exportadores brasileiros, conforme análise do AGROINSIGHT 2025. Em 2023, o Egito importou 17,5 milhões de dólares destes produtos, posicionando-se como o 40º maior importador mundial, com potencial de expansão considerável nos próximos anos.

Um fator facilitador para o acesso ao mercado egípcio é a ausência de barreiras tarifárias, já que a tarifa de importação padrão do país para carnes de ovinos e caprinos é de 0%, inclusive para produtos brasileiros. Este cenário cria condições favoráveis para exportadores que conseguem oferecer produtos competitivos e que atendam aos requisitos Halal.

O relatório destaca que a produção local egípcia de carne ovina tem apresentado uma tendência de queda, com uma redução anual média de 2,03% nos últimos cinco anos. Projeções indicam que este declínio deve continuar, resultando em uma diminuição estimada de 8,78% até 2028. Esta redução na produção doméstica, combinada com o crescimento populacional e a demanda por proteína animal, amplia a necessidade de importações.

Embora atualmente o Brasil não possua participação significativa neste mercado, o documento identifica potencial para exportadores brasileiros que consigam superar desafios como a forte concorrência de fornecedores estabelecidos como Austrália, Uruguai e Estados Unidos. O desenvolvimento de estratégias específicas para este mercado, incluindo certificação Halal adequada e parcerias locais estratégicas, poderia abrir portas para uma presença brasileira mais significativa.

Bangladesh: Oportunidades Emergentes no Mercado de Ovos e Proteínas

Bangladesh emerge no AGROINSIGHT 2025 como um mercado de alto potencial para exportadores brasileiros de ovos e ovoprodutos. Com uma população de aproximadamente 180 milhões de habitantes e crescimento econômico consistente, o país apresenta demanda crescente por proteína animal de qualidade.

O relatório destaca que Bangladesh possui um consumo per capita de ovos de 3,92 kg/pessoa/ano, posicionando o país como o 18º principal consumidor mundial. Apesar deste número expressivo, o consumo ainda está muito abaixo de países como China, Japão, EUA e Canadá, indicando amplo potencial de crescimento futuro.

Um aspecto relevante apontado pelo documento é a vulnerabilidade do país a eventos climáticos extremos, que frequentemente afetam a produção local e elevam os preços internos. Em 2024, por exemplo, o preço dos ovos aumentou 20,41% em relação ao ano anterior, principalmente devido a enchentes e outros eventos climáticos. Nestes períodos, o governo autoriza importações para estabilizar os preços, criando oportunidades pontuais para fornecedores estrangeiros.

As exportações brasileiras de ovo em pó para Bangladesh já mostraram resultados promissores, com valores de aproximadamente 375 mil dólares em 2021 e 356 mil dólares em 2022. O relatório sugere que exportadores interessados neste mercado trabalhem com parceiros locais e participem de feiras e exposições setoriais para melhor compreender as particularidades do mercado de Bangladesh.

Estratégias de Diferenciação e Agregação de Valor para Produtos Halal

O AGROINSIGHT 2025 apresenta insights valiosos sobre estratégias de diferenciação que podem ser aplicadas por exportadores de produtos Halal. Um caso emblemático destacado é o do mel de Manuka da Nova Zelândia no mercado chinês, que alcança preços até dez vezes superiores ao mel comum graças a estratégias eficientes de branding, certificação rigorosa e posicionamento premium.

Este exemplo, embora não diretamente relacionado a produtos Halal, ilustra princípios aplicáveis a diversos produtos de origem animal destinados a mercados exigentes. O relatório destaca como a Nova Zelândia investiu em certificações de qualidade e origem, desenvolveu embalagens sofisticadas, implementou sistemas de rastreabilidade e estabeleceu parcerias estratégicas com plataformas de e-commerce chinesas.

Para produtos Halal, o documento sugere que estas estratégias podem ser ainda mais efetivas quando combinadas com certificação religiosa reconhecida e narrativas que ressaltem valores como pureza, autenticidade e respeito a tradições. Exportadores brasileiros poderiam, por exemplo, diferenciar méis especiais como o de aroeira ou de cipó-uva em mercados muçulmanos, destacando suas propriedades medicinais únicas e conformidade com requisitos Halal.

Outra estratégia de diferenciação identificada no relatório é o investimento em genética animal de alta qualidade. Os relatórios sobre a Colômbia e a Costa Rica evidenciam demanda crescente por material genético bovino para melhoramento de rebanhos locais. Embora não diretamente relacionada a produtos finais Halal, a exportação de sêmen e embriões representa uma oportunidade de alto valor agregado que pode facilitar a criação de relacionamentos comerciais duradouros.

Desafios Sanitários e Requisitos Regulatórios em Mercados Prioritários

Um aspecto crucial abordado pelo AGROINSIGHT 2025 são os desafios sanitários e requisitos regulatórios que impactam o comércio internacional de produtos de origem animal, especialmente aqueles destinados a mercados Halal. O relatório apresenta análises detalhadas sobre questões como surtos de febre aftosa na Coreia do Sul e mudanças nas normas sanitárias na Argentina, destacando a importância do monitoramento constante destes fatores.

No caso específico de produtos Halal, o documento enfatiza que os exportadores precisam estar atentos não apenas às certificações religiosas, mas também a requisitos técnicos e sanitários específicos de cada mercado. Na Arábia Saudita, por exemplo, o relatório menciona que as exportações de alimentos para animais de estimação podem ser realizadas com Certificado Sanitário Internacional (CSI) sem necessidade de certificação Halal, enquanto outros produtos exigem documentação mais específica.

O relatório também destaca a importância da adaptação às particularidades de cada mercado. Na Argélia, por exemplo, a importação de ovinos para a festa Aid Al-Adha requer animais saudáveis, vacinados, com pelo menos seis meses de idade e pesando entre 40 e 45 quilos. Compreender e atender a requisitos específicos como estes é fundamental para o sucesso em mercados muçulmanos.

Outro aspecto relevante mencionado é a necessidade de estabelecer relacionamentos com autoridades sanitárias dos países importadores. O documento destaca que, em muitos casos, a abertura de mercados e a habilitação de estabelecimentos exigem negociações técnicas detalhadas e, por vezes, visitas de inspeção. Exportadores brasileiros devem estar preparados para estes processos, que podem ser demorados, mas são essenciais para garantir acesso sustentável a mercados prioritários.

Diversificação de Oportunidades Além do Foco Halal: Análises Setoriais

O relatório AGROINSIGHT Volume 4 apresenta um panorama abrangente de oportunidades para o agronegócio brasileiro de origem animal, que se estendem para além dos mercados com requisitos Halal específicos. Essas análises cobrem diversos produtos e geografias, revelando potenciais em segmentos de alto valor agregado e nichos específicos. É importante ressaltar que, embora o documento original inclua análises sobre o mercado de carne suína, como as oportunidades no Canadá, optamos por não detalhar este segmento neste artigo em consideração aos princípios islâmicos que guiam parte significativa do nosso público e da análise focada nos mercados Halal. Para uma visão completa que abranja todos os setores, incluindo o suíno, recomenda-se a consulta integral ao relatório AGROINSIGHT.

Subprodutos Animais para Uso Industrial na Alemanha

A Alemanha demonstra um mercado consolidado e tecnologicamente avançado para o aproveitamento de subprodutos animais não comestíveis. O país possui uma indústria robusta que transforma matérias-primas como gorduras, farinhas, tripas, peles e ossos em produtos para diversos setores.

  • Aplicações: Os subprodutos são utilizados em rações (especialmente pet food, um mercado estimado em US$ 6 bilhões na Alemanha em 2024), na indústria oleoquímica, farmacêutica (hemoderivados, colágeno), cosmética, de fertilizantes e bioenergia, incluindo a produção de Combustível Sustentável de Aviação (SAF). A parceria entre a alemã SARIA e a francesa TotalEnergies prevê o fornecimento de gorduras animais para produção de até 285 mil toneladas de SAF por ano a partir de 2025.
  • Mercado: Em 2024, excluindo hemoderivados (que podem ter origem humana), a Alemanha importou cerca de US$ 1,12 bilhão (aproximadamente 820 mil toneladas) em gorduras, farinhas e subprodutos in natura impróprios para consumo humano. A China liderou as exportações (20%), seguida pelos Países Baixos (15%) e Polônia (8%). O Brasil participou com US$ 26,5 milhões nesse segmento em 2024. O setor de pet food alemão, o maior da UE, faturou €4,5 bilhões em 2023 (+11,4%) e tem projeção de alcançar US$ 8,4 bilhões em 2029.
  • Regulamentação: O mercado é regulado pela UE (Regulamento (CE) n.º 1069/2009), categorizando subprodutos (1, 2 e 3) com base no risco sanitário. O acesso exige registro no TRACES-NT e cumprimento de normas sanitárias rigorosas.

Genética Bovina de Alto Valor na Colômbia e Costa Rica

Ambos os países apresentam uma demanda crescente por material genético bovino (sêmen e embriões) como parte de seus esforços para modernizar a pecuária, aumentar a produtividade e alinhar-se a metas de sustentabilidade.

  • Colômbia: Com um rebanho de cerca de 30,3 milhões de cabeças e 80% da área agropecuária dedicada à pecuária (predominantemente extensiva), a Colômbia busca melhorar a qualidade genética através de programas como o “Embriogán” (Fedegan) e o “Conpes Lácteo” (Agrosavia), focados em transferência de embriões e melhoramento de rebanhos leiteiros e de dupla aptidão. O Brasil já possui acesso sanitário e suas exportações globais de genética bovina vêm crescendo, indicando potencial de expansão na Colômbia.
  • Costa Rica: O país implementou o Sistema Nacional de Identificação e Rastreabilidade e o Plano Nacional de Melhoramento Genético (2020-2034). Com um rebanho de mais de 1,6 milhão de cabeças (dados de 2019) e a meta de ser carbono neutro até 2050, a melhoria genética é chave para a eficiência. Em 2024, a Costa Rica importou US$ 1,844 milhão em sêmen bovino. Os EUA foram o maior fornecedor (US$ 892 mil), mas o Brasil foi o segundo (US$ 513 mil), com tendência de crescimento desde 2020.

Nichos Específicos e Outras Potencialidades

O relatório identifica oportunidades em produtos específicos e analisa dinâmicas de mercados concorrentes.

  • Carne de Peru (Chile): O consumo no Chile é consolidado (2,5 kg/pessoa/ano), mas a produção local (~63.000 toneladas em 2024) enfrenta desafios (comercialização de cortes escuros, menor rendimento, desafios sanitários), com tendência de encerramento da única planta de abate dedicada. Isso aumenta a dependência de importações. Em 2024, as importações de partes e miúdos do Brasil cresceram 66,6% (para 6.298,6 toneladas) e as de peito sem osso brasileiro aumentaram 81% (para 5.330,2 toneladas), comparado a 2023. Vantagens brasileiras incluem proximidade, acordos comerciais (tarifa zero), sistema sanitário robusto (livre de IAAP em granjas comerciais) e reconhecimento pelo consumidor chileno, especialmente frente a surtos de influenza aviária nos EUA.
  • Carne Mecanicamente Separada (CMS) e Processados (África do Sul): O mercado sul-africano de processados movimenta US$ 1,5 bilhão (2025 proj.). A indústria local depende fortemente do CMS de frango brasileiro (290 mil das 334 mil toneladas de aves exportadas pelo Brasil em 2024), que tem tarifa zero, enquanto produtos processados finais enfrentam tarifa de 15%. Isso favorece o processamento local. Oportunidades para o Brasil residem em nichos como bacons, presuntos, costelas pré-cozidas (alguns com tarifa zero) ou embutidos finos, além do investimento direto em plantas locais.
  • Carne Bovina (Austrália como Concorrente): A Austrália prevê produção e exportação recordes em 2025 (~2,62 milhões de toneladas produzidas, 1,38 milhão exportadas), impulsionada por eficiência (carcaças de ~300kg). O cenário global, com retração nos EUA e possível queda no Brasil, posiciona a Austrália como principal fornecedor em expansão. A recente tarifa de 10% imposta pelos EUA sobre carne australiana pode ter impacto limitado devido à alta demanda americana, competitividade de preço australiana e câmbio favorável (AUD/USD). Para o Brasil, isso pode abrir oportunidades em nichos premium, atrair compradores que buscam diversificar fornecedores e reforçar a imagem de parceiro confiável, especialmente na Ásia.
  • Questões Sanitárias: Relatórios sobre Argentina e Coreia do Sul destacam a importância do monitoramento de doenças como Febre Aftosa (FMD) e seus impactos nas regulações e fluxos comerciais, como a recente suspensão temporária da mudança de regras na Argentina sobre movimentação de carne com osso para a Patagônia e os focos controlados na Coreia do Sul em 2025.

Conclusão: Perspectivas e Estratégias para o Futuro

A análise do AGROINSIGHT 2025 revela um cenário promissor para exportadores brasileiros de produtos de origem animal em mercados Halal globais, mas que demanda preparação técnica, estratégica e cultural. O crescimento econômico em países muçulmanos, aliado ao aumento da demanda por proteínas animais de qualidade e ao reconhecimento da excelência brasileira em diversos setores, cria oportunidades significativas para diversificação e expansão.

Para aproveitar plenamente estas oportunidades, o relatório sugere uma abordagem multifacetada que combine: compreensão profunda das particularidades culturais e religiosas de cada mercado; adaptação de produtos e estratégias de comunicação; obtenção de certificações reconhecidas internacionalmente; desenvolvimento de parcerias locais estratégicas; e monitoramento contínuo de mudanças regulatórias e sanitárias.

O documento evidencia que o mercado Halal vai muito além dos produtos tradicionais como carne bovina e ovina, abrangendo segmentos diversos como alimentos para animais de estimação, mel, ovos e material genético. Esta diversidade permite que empresas brasileiras de diferentes portes encontrem nichos alinhados às suas capacidades e objetivos estratégicos.

As análises apresentadas no AGROINSIGHT 2025 reforçam o potencial do Brasil como fornecedor global de produtos de origem animal, incluindo aqueles destinados a mercados Halal. A combinação de capacidade produtiva, qualidade reconhecida, competitividade e adaptabilidade às exigências específicas posiciona o país de forma privilegiada para atender à crescente demanda por produtos Halal em mercados emergentes e tradicionais.

Como ponte estratégica entre o agronegócio brasileiro e os mercados globais, o AGROINSIGHT 2025 oferece não apenas dados e análises, mas um roteiro para empresas que buscam expandir sua presença internacional. Em um cenário de crescente competitividade e exigência, o acesso a informações qualificadas e a visão estratégica tornam-se diferenciais cruciais para o sucesso sustentável no complexo e promissor mercado global de produtos Halal.

Referências

  1. Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil. AGROINSIGHT, Volume 4 – Origem: animal. 2025.


Descubra mais sobre Centro Halal Da América Latina®

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Deixe seu comentário